1.Assinar ou apresentar como seu (obra artística ou científica de outrem).
2.Imitar (trabalho alheio).
É assim que o Aurélio define o verbo 'plagiar'.
Presume-se que, para se identificar um plágio, é necessário conhecer as duas partes: a original, e a cópia. Não se pode dizer que uma música é plágio da outra simplesmente por que tratam do mesmo tema. Caso contrário toda música sertaneja seria plágio, por exemplo. E não se poderia fazer mais de um filme tratando do mesmo assunto, como a segunda guerra mundial.
Um tema, seja ele qual for, dá ao escritor um leque quase infinito de possibilidades para ser explorado; uma mesma batalha, a de Iwo Jima, deu a Clint Eastwood a possibilidade de dirigir dois filmes completamente distintos sobre o mesmo fato histórico, de pontos de vista absolutamente opostos. E daria mais um caminhão de filmes, se assim o quisesse.
Quando o tema é grandioso, como a segunda grande guerra, ou mesmo a copa do mundo que se dará no Brasil, as possibilidades então aumentam exponencialmente. Pode-se falar, para citar alguns exemplos, do futebol propriamente dito, da política envolvida, da população das cidades que receberão a copa, da construção de um estádio, ou de qualquer outra coisa que estará envolvida ou se aproveitará do torneio. E cada tema desses ainda pode ser subdividido em infinitas possibilidades.
O EmQuadrados recentemente foi acusado por um grupo da cidade de ter plagiado sua última peça. O post se deu em seu blog, e nem teve tanta repercussão, já que, como nós, eles não tem tanta expressão como outros grupos brasilienses já consagrados, como SeteBelos ou Melhores do Mundo. Estreamos a peça #ImaginaNaCopa menos de um mês após a peça deles. Quem entende de teatro sabe que é tempo insuficiente pra se escrever, produzir, e ensaiar uma peça (ainda mais quando você pensa em pauta, staff, etc).
Voltando à definição de plágio, para que se possa rotular algo como 'imitação' ou 'cópia', é necessário primeiramente ter conhecimento dos dois. Para ir um pouco além, se o produto (que você julga ser o) original é pior do que a cópia, ser chamado de plagiador é o menor dos problemas. A vergonha é ter tido a ideia de plagiar uma coisa que eu considero ruim.
O mais engraçado (acredite, essa foi a parte mais engraçada) é que nós fomos assistir à essa peça, receosos que os textos fossem parecidos. Ufa! É a velha fórmula de comédia brasiliense que os grandes grupos da cidade já fazem há algum tempo: um tema; várias esquetes. Qual é a novidade em se fazer um monte de esquetes? Quem está copiando de quem? Se eu fosse apontar algum plágio, eu apontaria esse, sem dúvida.
Nós existimos como grupo há dois anos. Estamos na nossa segunda peça. Somos cinco atores no palco, apesar de haver quem diga que de quatro é melhor. Não queremos enganar o público, nem enfiar goela abaixo da platéia piadas de baixo nível e peças que poderiam ter sido consumidas em tirinhas de humor em revistas. Acreditamos que a função do teatro, e especialmente da comédia, é muito mais que isso. A comédia é um dos principais instrumentos que a arte tem para levar às massas temas relevantes. É através do riso, e entre um riso e outro, que é mais fácil fazer alguém ouvir um assunto sério. E usar o teatro como meio para que as pessoas vejam, ouçam e debatam esses temas, é uma das funções mais importantes do artista. É nisso que acreditamos. E antes de sermos comediantes, somos artistas, e atores.
Rechaçamos a acusação (sequer a ideia por um breve momento de fraqueza) de ter plagiado quem quer que seja. O tema, A Copa do Mundo, é de propriedade coletiva. Se eu fosse escolher alguém para plagiar, eu poderia pensar em um sem número de escritores bons, antes de pensar nos ruins. Eu preferiria até estar fazendo paródias das peças Shakespeare antes de plagiar esquetes locais. Somos um grupo pequeno, desconhecido e sem nenhuma estrutura. Mas temos um estilo próprio de fazer teatro. Quantos podem dizer o mesmo?
O que mais entristece é que a acusação partiu de pessoas que sequer viram a peça. Olharam um título, uma foto, e cravaram essa injúria e difamação.
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